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Imagem e reputação na era da LGPD: como a proteção de dados impacta a confiança na marca.

Desde a vigência da Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD) no Brasil, as empresas têm sido cada vez mais pressionadas a rever e aprimorar suas práticas de coleta, armazenamento e uso de informações pessoais. Mais do que apenas uma questão de conformidade legal, a LGPD impacta diretamente na imagem e reputação das empresas, influenciando a percepção do público sobre o compromisso ético e a segurança da marca.

A LGPD foi criada para garantir que dados pessoais, como nome, endereço, informações de contato e até mesmo dados mais sensíveis, sejam usados com responsabilidade, apenas com o consentimento do titular e sempre com o intuito de proteger sua privacidade. Desse modo, a lei definiu cada um desses conceitos, como forma de proteger fundamentos decorrentes da própria Constituição da República. Em síntese, privacidade, liberdade de expressão, inviolabilidade da intimidade, dentre outros, passaram a integrar a própria Lei Geral, de modo a estabelecer que o tratamento de dados observe esses fundamentos.

E o impacto disso vai muito além da conformidade jurídica. Em uma era de consumidores conectados e informados, as práticas de segurança e privacidade influenciam a imagem que uma marca transmite ao mercado. A LGPD, portanto, não só estabelece um novo parâmetro de responsabilidade legal, mas também serve como um parâmetro de responsabilidade moral, sendo vista como um termômetro para avaliar a integridade e compromisso de uma empresa com seus clientes.

Implementar uma política de proteção de dados completa e transparente reflete a postura ética da empresa, o que ajuda a construir uma imagem sólida, marcada pela confiança e segurança. Empresas que adotam boas práticas de LGPD destacam-se como comprometidas com o respeito aos direitos dos seus clientes, enquanto aquelas que ainda ignoram essas práticas arriscam-se a serem vistas como descuidadas ou, pior, irresponsáveis. Esse fator, aliado ao crescimento das discussões sobre privacidade digital, tem elevado a LGPD ao patamar de uma das grandes aliadas da reputação no mundo corporativo.

A importância de se adequar à LGPD

Adequar-se à LGPD é essencial para que a empresa mantenha uma boa reputação, mas também representa uma vantagem competitiva. Para muitos consumidores e parceiros de negócios, saber que uma empresa leva a sério a proteção de dados é um diferencial relevante e, muitas vezes, determinante no processo de escolha. Clientes tendem a dar preferência a empresas que garantem segurança, especialmente com a divulgação crescente de escândalos de vazamentos de dados.

Entre as ações básicas para adequação à LGPD, é importante adotar práticas como:

Coletar apenas dados essenciais e garantir que o cliente saiba como e por que seus dados estão sendo usados;

Implementar sistemas de proteção e segurança, que protejam os dados contra acessos indevidos e invasões;

Estabelecer processos transparentes de governança de dados, para garantir que os dados possam ser acessados e excluídos a pedido do titular;

Treinar e conscientizar colaboradores para que a cultura de proteção de dados seja praticada em todas as áreas da empresa.

Esses passos não só auxiliam a empresa a se manter em conformidade com a legislação, mas também a fortalecer a confiança de clientes e parceiros. Afinal, a percepção de responsabilidade aumenta a atração e fidelização de clientes, que se sentem respeitados e seguros.

Impactos na reputação de uma empresa que não segue a LGPD

O descumprimento da LGPD expõe as empresas a multas que podem chegar a até 2% do faturamento, além de sanções e penalidades como a suspensão de operações que utilizem dados pessoais. Na esfera judicial, ainda há a possibilidade de responsabilidade civil das empresas que violarem a Lei Geral, o que pode refletir em severas indenizações. Vale destacar que o entendimento da justiça a respeito do tema vem evoluindo, de modo que até mesmo danos morais coletivos podem ser caracterizados, a depender da gravidade da violação.

Contudo, o impacto financeiro não é a única consequência. A violação da LGPD pode causar sérios danos à reputação da marca, que muitas vezes são difíceis, senão impossíveis, de serem reparados.

Empresas que não respeitam a LGPD podem ter seu nome associado a práticas antiéticas, o que, no ambiente online, se traduz rapidamente em desconfiança e publicidade negativa. Mesmo que a empresa invista em campanhas de marketing, o efeito de um escândalo ou de uma denúncia sobre a má gestão de dados pode perdurar por anos, dificultando a recuperação da confiança do público. Além disso, a reputação é crucial no processo de atração e retenção de talentos. Profissionais, especialmente em áreas de tecnologia e inovação, têm demonstrado uma crescente preferência por empresas com práticas éticas e sólidas, e a LGPD é um dos critérios que reforçam essa imagem.

A LGPD é um marco regulatório que tem como principal objetivo a proteção dos dados dos cidadãos, mas seu impacto na imagem e reputação das empresas não pode ser subestimado. As empresas que respeitam e aplicam a LGPD conquistam credibilidade e segurança diante de seus clientes e parceiros, diferenciando-se no mercado e fortalecendo sua reputação.

Por outro lado, empresas que negligenciam a LGPD, além de estarem sujeitas a punições, arriscam-se a perder a confiança e a lealdade do seu público, com repercussões profundas e duradouras para sua marca. Na era da informação, proteger dados é proteger a própria reputação.

Seja proativo, invista em práticas de segurança e comunicação claras sobre como os dados são utilizados. A imagem da sua marca agradece.

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