Enquanto instrumentos de comunicação e linguagem não verbal as roupas e uniformes que a sua equipe usa podem definir o valor da sua marca e imagem.
O ser humano, enquanto animal social, possui refinadas formas de comunicação. A linguagem escrita e a falada são algumas, mas existem muitas outras. Uma delas comunica de forma tão poderosa e impactante quanto as que citamos aqui: a linguagem não verbal.
Quando interagimos com outras pessoas, nosso cérebro decodifica em alta velocidade uma série de fatores e sinais: a expressão facial, os movimentos corporais, os momentos de silêncio antes de uma resposta… Tudo isso compõe a linguagem não verbal e auxilia a análise do ambiente em que estamos inseridos. Aliado a isso, existe um elemento estético que comunica muito sobre a pessoa com quem interagimos: a maneira como ela se veste.
As roupas e, por consequência, a moda, “falam” e muito. As roupas que uma pessoa usa reforçam sua identidade, apontam comportamentos e seu estilo cultural. A moda é capaz de comunicar tendências musicais, políticas, religiosas e afetivas. É por isso que a moda também é considerada parte da linguagem não verbal. Já dizia o ditado: a primeira impressão é a que fica. Antes mesmo de abrirmos a boca, a forma como nos portamos e o que vestimos expressa quem somos num primeiro contato.
Contudo, o poder da moda vai além. A moda afeta o modo como nos vemos, como somos vistos e como vemos os outros. Define nosso “eu” e a forma como navegamos entre mundos. Num nível mais elevado, as roupas, a moda e sua indústria podem influenciar nossa saúde mental e nosso bem-estar.
Um exemplo prático e atual sobre a importância do que vestimos e como isso comunica é o uniforme brasileiro para as Olimpíadas 2024. Historicamente, a cerimônia de abertura e os jogos já foram palco de looks icônicos que tinham muito a dizer. Desde os tênis dourados do corredor Michael Johnson, em 1996, até o uniforme de peônias da delegação do Japão em 2004.
Este ano, o uniforme da delegação brasileira chamou atenção. A coleção, assinada pela Riachuelo, foi considerada uma “decepção total” pelos internautas. As críticas se constroem a partir do consenso de que o uniforme é muito simples e não representa toda a potência criativa que o Brasil possui. Além disso, sendo os jogos sediados em Paris, conhecida como a capital mundial da moda e berço de marcas renomadas, havia a expectativa de peças que comunicassem melhor a essência brasileira. Em contrapartida, outras coleções já são consideradas um sucesso, como o uniforme da delegação da Mongólia, do Haiti e da Espanha.
Dessa forma, vemos a importância da linguagem não verbal e da moda como forma de expressão de identidade não só pessoal mas, neste caso, de todo um povo. Como já atestava Carolyn Mair, doutora em psicologia da moda “O que nós vestimos é um importante aspecto da experiência humana”. Além de concordarmos com ela, acrescentamos que a moda é uma potente ferramenta de comunicação e, assim como as demais formas de comunicar, quando mal empregada, acaba gerando muito ruído.